Felicíssimo Natal se puderdes ter...

Agradeçamos à Deus

Por poder lhes dá graça

Nesse dia de importância inarrável

Para todos nós

Felicitemos o nascimento do nosso mestre

Daquele que veio a este mundo

Com o propósito principal

De nos ensinar o sentido verdadeiro

Do Amor,

Agradeçamos por podermos agradecer

Seja através de uma oração falada,

Escrita,

Pensada,

Rabiscada,

Pintada,

Encenada,

Filmada,

Em fim

Agradeçamos por podermos nos expressar

Todavia

Pedimos em nomes daqueles

Que não sabem agradecer

Nem tão pouco discernir o significado

Desta data,

Pedimos em nomes desses

Que ao desalento

Não vêem motivo para comemorar

Tanto é o sofrimento

E a dor que os consomem,

Pedimos por eles

Que, ao contrario de nós,

Que podemos além de comermos bem,

Ainda nos sobrou prata para presentear

Os entes queridos com os melhores presentes

E ainda fazer um agrado àqueles que não

São tão queridos assim...

Pensemos de barriga cheia

E o rosto radiante de alegria,

Às vezes nem de tanta alegria assim,

Mas que a ocasião pede que

Tenhamos uma face concomitante

Às necessidades daqueles que nos cercam,

Afinal, nesse dia, não se poderia

Sair de casa

Com um olhar cabisbaixo,

Pois isso poderia estragar a alegria forçosa de quem

Nos recebe ou cerca, ou está à nossa intimidade.

Fiquemos felizes, pois nesse dia,

Muitos séculos atrás,

Nascia Jesus, e o natal,

Que vem ser senão seu aniversário,

Felicitemos o dono da festa...

Mas não apenas disso,

Felicitemos aquele que deve ser também

O dono do nosso coração

Coração limpo

Por isso, pensemos,

Mas vamos além,

Alavanquemos nossos irmãos

Caídos

Mendigos das ruas da desgraça

Que entorpecidos nem sabem que hoje é um grande dia,

Um dia de felicidade indizível

Para os que os olhos estão finalmente abertos...

Pensemos nele,

Mas não nos lamentemos por ele,

Pensemos nele,

Pensemos naqueles,

Uma prece

É o presente que pode lhes ajudar,

Uma prece

Nascida do coração

Alcança o céu

E o Céu dirige a quem precisa

O teu pedido em forma de milagre...

Tantos presentes caros,

Mas o que valem?

É caridade dar aqueles que te cercam

Algo ao valor de algumas centenas de pratos de alimentação de famintos nesse dia?

Ou, será que esquece, entre os júbilos de encontrar velhos amigos,

E de dar e receber presentes,

Que nesse dia que era para a Terra está toda feliz,

Há gente morrendo,

De frio,

De febre,

De Beribere,

De fome,

De intoxicação,

De desespero,

De solidão,

De tudo quanto não podes imaginar

Enquanto as luzes de tua festa animada

Te cegam?...

Além de teu mundo particular

Que não é o mundo

Existem um mundo maior

Onde todos deveríamos nos respeitar

E respeitar ajudando

Dando o que tem para impedir a perdição do outro

Para impedir que a tristeza extremamente profunda

Se instale na criança que não entende

Por que a cidade ao longe está

Toda iluminada

E vislumbra aqui e acolá

De longe

A tua casa em alegria,

Bebidas e comidas à vontade...

Quem dera,

Tu tivesse a idéia de não jogar no lixo

A sobra de tua festa!

A sobra apenas poderia

Ser o motivo de alegria de tanta gente,

E tanta gente que não te conhece

Te seria eternamente agradecida

Desejando a ti tudo que Deus possa te dar...

Porque quem tem menos,

Ou quem não tem nada,

Vive, e vivem muitas vezes

Por um único motivo

Deus!

É Deus que impede a muitos de não caírem no precipício

Da desistência...

Sabe, me desculpe, mas eu não sou santo,

Apenas estou pensando,

E se pensas também naqueles menos favorecidos nessa vida,

Queria dizer a ti

Que não basta pensar

É preciso sair do invólucro límpido e seguro

Do teu mundo minúsculo e correr

Para onde os gritos não cessão

E as lágrima formam rios de tristeza,

Pensemos no natal

Como o dia da comunhão, e dividamos o que temos,

E o que temos pode ser

Menos que um prato de comido,

Menos que uns restos,

Uma prece àqueles que necessitam mais que nós,

Não dos presentes de marcas

Que assaltaram tua conta,

Mas da alegria verdadeira,

Aquela alegria

Que talvez te falte,

Que por isso mesmo

Fez com que teu natal fosse assim

Meio sem sentido...

Oremos por eles

Que nada têm,

Que sintam o que não sentimos,

A verdadeira alegria,

E vislumbre o verdadeiro sentido do natal,

Porque temos pressa de mais

Preocupações de mais

Em ajeitar isso ou aquilo

Estamos muito ocupados se esse ou aquele adereço

Vai ficar bem na casa que já é bela

Nos preocupamos demais

Se fulanos ou cicrano vai gostar do que nosso vil metal pode comprar

Para lhes presentear materialmente,

Oremos por aqueles que não têm a possibilidade de pensar

Nessas coisas

Peçamos em nossa prece

Que Deus, em sua infinita bondade,

Lhes ilumine os corações tantas vezes magoados

Por nós mesmos, não raro,

Que orem por nós,

Porque nos perdemos entre uma loja e outra

Entre uma marca e outra

Entre a decisão se vai ou no cartão ou no cheque,

Se dividimos ou compramos à vista...

Estamos preocupados de mais,

Pensamos à Deus, que se um daqueles “degenerados”

Os miseráveis do mundo,

Fizer uma prece,

Que nós estejamos nela

Afim de que nosso natal

Não seja apenas uma burocrática arrumação de coisas,

E de palavras vazias sobre sentimentos verídicos,

Dirigidos ao senhor de todos nós, Jesus!

Assim, eu imagino,

Assim queira Deus

Que o natal de cada um

Seja um verdadeiro encontro com a divindade.

Felicíssimo natal se puderdes ter...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 27/12/2007
Reeditado em 24/12/2023
Código do texto: T793241
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