A última vez

A volúpia de uma semana inteira.

Me faz parecer presa prestes a fugir.

O desejo latente sempre a espreita

Sintoma da paixão destinada a ebulir.

Sem saber que aquela era a despedida,

Devora o corpo sem sentir o gosto,

Aprecia a nudez vibrante e destemida.

E se entrega de novo de alma e corpo.

Sente a maciez da pele que acalma.

Respira pelos poros como costume.

Procura o beijo que acolhe, mas falta.

O cheiro do corpo é doce perfume.

Sua respiração ofegante não tarda.

Nem o tremor que sempre me brinda

Vem entorpecer de fulgor mas acalma,

A sensação de prazer sem bem vinda.

FLÁVIA PINHEIRO
Enviado por FLÁVIA PINHEIRO em 06/11/2023
Código do texto: T7925477
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