A MELISSA

 

És Melíade,

Ninfa do Freixo,

Doce como o mel que flui

Em tuas veias como seiva!

 

És Melíade,

Ninfa do Freixo,

Guerreira de rija lança

E bronze fulgente no peito!

 

Em tudo repeles a Apolo:

No bronze polido e áureo

De tua abundante cabeleira;

No bronze sedutor da cútis

Que cobre teu amplo peito!

 

Repeles as flechas apolíneas

E o esplendor de seu olhar viril,

Repeles a gládios e lanças viris!

 

És forte e vigorosa,

Rija e poderosa

Como a lança de Atena!

 

Sob a égide

De tuas madeixas,

Tão reluzentes

Quanto o bronze polido

Da olhicerúlea deusa,

Sinto-me protegida!

 

São tuas douras melenas

Como as da Helena de Menelau

– objeto de contendas,

presente da Deusa da Beleza

a um jovem príncipe mortal!

 

És indomável e poderosa

Como as belicosas amazonas:

Tens a força de Hipólita

E o vigor de seus beijos!

 

Vais tirar teu mágico cinto,

Minha rainha alticinta?

Ou terei que lutar por isso

Com todo meu suor e vigor?

(pensei que éramos amigas)

 

Ao sentir o peso robusto

Do teu tronco sobre mim,

Abraço-o com força

E o arranho a fim

De fazer verter tua seiva:

O delicioso mel do freixo

– já não confio em outros troncos,

já não tocarei suas rijas lanças!

 

És melifica

E forte como o freixo;

És bela e perfumada,

És minha amada flor do freixo!

 

15/10/2023

 

 

Nota sobre a foto: “Cinturão Mágico de Hipólita”, esboço feito pelo fotógrafo britânico Michael Svetbird.

Julia Lopez
Enviado por Julia Lopez em 15/10/2023
Reeditado em 15/10/2023
Código do texto: T7908980
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