DESAVENÇAS
Solano Brum
Às vezes a amo... Outras eu a odeio;
O mesmo ela me diz em seu furor!
Livro cuja história eu sempre leio;
Sem título, sem tomos, sem autor!
Sou pedra inicial... Às vezes, o esteio
Ou haste que sustenta a linda flor!
Às vezes, oração que muito creio
Ou assombração causando lhe pavor!
Revela-me não saber quem eu sou
Mas, nas entregas, por seus desejos,
Oferece-me ouro que nunca garimpou!
Outras vezes, a ternura de nós dois,
Forja o perdão e nossos beijos
Transfere as desavenças pra depois!
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QUASE NÃO CONSIGO EDITAR SUA INTERAÇÃO. MAS, EI-LA, BVELA COMO SUA POESIA. OBRIGADO
DESENCANTOS
Jaco Filho
Uma deusa faz-se humana à minha frente,
E um surto hipnótico muda meu caminho.
Longas noites esperando pra ter o carinho,
Da ninfa que me olha, mas age indiferente.
Mergulho em poemas e sinto seu perfume,
E em cada verso moldam-se os contornos.
Vou criando sonhos e aguardando retorno,
Mas tudo que recebo, é motivo pra ciúmes.
São desencontros fatais a quem ama tanto,
E pensa ter em comum, muitas afinidades.
Desencantos, que bloqueiam da felicidade,
A melhor chance de vivermos os encantos,
Que nos levariam ao céu com naturalidade.
E enquanto espero demora uma eternidade.
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