QUERIDO IRMÃO

Algo de indecifrável veio

nas nuvens negras do além.

Talvez um adamastor indomável

a erguer-se no meio do mar

para enegrecer este domingo,

mas também para te libertar.

“Não separe o Homem o que Deus uniu”

Qual quê?... O Homem separa!

Não!… A nós, o Homem não separa:

Sangues do mesmo sangue,

Almas da mesma Alma;

nem agora porque tu partiste

quando a Primavera chegou.

Foi tão só um ciclo que se fechou,

o nascer de nova dimensão;

um desvario dos nossos caminhos

que algum dia se reencontrarão,

e o sangue do mesmo sangue,

Viverá.

Um até breve, ou até já…

Ninguém o sabe, nunca se sabe.

E agora sob o manto da saudade,

nas tantas voltas que a vida dá,

cuidarei do amor por ti, meu irmão,

porque esse… jamais morrerá!

José António de Carvalho
Enviado por José António de Carvalho em 14/07/2023
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