Revoada
Doce lar que se faz morada,
me atingira o peito em cheio
marcando meu ser,
como num dardo reluzente.
O encontro inevitável, paira na imensidão,
por sobre o fardo que se quer esquecer.
Deveras tão bonito e incauto
que nada o poderá abater.
Porque me falas de pouso, se o que precisas é viajar
E ainda assim, reconhecer teu lugar?
Morada que não se iguala,
A busca desmedida torna-se desalento.
... fenece no frio das madrugadas.
Pondera a espera que se anilha
nos braços do verão, enlouquecido...
Por tanto "querer ficar".
Nada é mais sublime do que deixar o abrigo,
na certeza de que a revoada
Não findará longe.
Ora, deixar livre também é amar!
Tu bem sabes onde é terna a acolhida,
e merecida vista para o horizonte.
No vai e vem de tua passarada buscando repouso,
o único lar que há de subsistir é o meu peito.