Revoada

Doce lar que se faz morada,

me atingira o peito em cheio

marcando meu ser,

como num dardo reluzente.

O encontro inevitável, paira na imensidão,

por sobre o fardo que se quer esquecer.

Deveras tão bonito e incauto

que nada o poderá abater.

Porque me falas de pouso, se o que precisas é viajar

E ainda assim, reconhecer teu lugar?

Morada que não se iguala,

A busca desmedida torna-se desalento.

... fenece no frio das madrugadas.

Pondera a espera que se anilha

nos braços do verão, enlouquecido...

Por tanto "querer ficar".

Nada é mais sublime do que deixar o abrigo,

na certeza de que a revoada

Não findará longe.

Ora, deixar livre também é amar!

Tu bem sabes onde é terna a acolhida,

e merecida vista para o horizonte.

No vai e vem de tua passarada buscando repouso,

o único lar que há de subsistir é o meu peito.

Brenda Botelho
Enviado por Brenda Botelho em 06/07/2023
Código do texto: T7830588
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