ESPELHO ABERTO [2008]

Que falem tuas crônicas

De uma mulher racional e independente

Ciente dos truques da vida

E do destino tão palhaço quanto o coração.

Mas vejo nas entrelinhas

A mulher por trás do sorriso farto

A fêmea frágil, “caliente” e temerosa,

Do coração tão aberto quanto o próprio sorriso.

Encanta-me apenas tuas costas nuas

Imaginação lasciva de poeta?

Mania de cristão devoto?

E Deus que eu nunca nem vi e chamo de Pai...

O que faria então um breve três segundos

De teu doce encanto, ó minha senhora?