Acalento
Havia o teu nome, onde houvesse vida
Havia teu cheiro, onde houvesse ar
Ainda havia teu gosto para se provar
Onde houvesse doçura atrevida
E havia, cálida e subentendida
Mesmo no mais sombrio lugar
A candura de teu olhar
Em meus sonhos, jamais perdida
E mesmo onde não houvesse nada
Mesmo na ausência total, vazio
Lá está, com zelo, guardada
A pérola mais bela do rio
Que acalanta minh’alma penada
Dessa invernada de perene frio