O abrir dos olhos
Acaso eu pudesse te dizer
Que o fogo-fátuo dos olhos teus
Arde em minh’alma como um deus
E é como de um deus o seu poder
Poderias, então, compreender
Que sigo teus olhos através dos véus
Te procuro nos mares, terras e céus
Sonhar-te é o que me faz viver
E no abrir dos olhos, cai o pranto
E glorifico o meu lamento
O sofrimento é o meu canto
Que uiva triste como o vento
E me cobre com o seu manto
E torna o meu morrer tão lento