O revolver das cinzas
Às vezes me sinto só
Tão só
Me sinto tão só
Mas tenho atividade
Vontades
Sei lá
De explodir
Em milhares de poesias
De canções
De palavras amigas
Que se pulverizassem
E as levassem lá pelo vento,
Fossem encontrar neste
Ou noutro mundo alguém que as compreendesse...
Não há solidão mais pura
Que a que causa incompreensão,
A solidão mais perigosa
É a gerada dessa maneira
Alguém te ouve e diz 'entendo'
Porém, porque tinha que falar?...
Guarda para ti os teus medos,
As tuas ansiedades,
Os teus segredos puros...
Aquele que te ouvi vai comenta,
Mesmo que apenas consigo, e assim
Deformar tua imagem,
Criar um monstro, algo que não és...
Mas é de natureza humana,
Iniciar uma conversa,
Comentar como vai a vida de alguém
E, toma cuidado,
Essa vida pode ser a tua...
E assim os segundos a saber
Da tua história não
Sentirão nenhuma responsabilidade
Sobre o que souberam e vão
Dizer aos chegar em casa,
"Rapaz, hoje me disseram que fulano..."
Como penas ao vento a tua
Vida se espalhará e será tão
Tanto mais deformada quanto a maldade
Dos corações humanos...
Guarda para ti
Tuas angústias
Teus tremes, as vontades de partir...
Guarda para ti
O amor que sentes,
Fala sozinho,
Imagina, usa a Mente
E criará teus próprios amigos
A tua dor, assim comprimida
Em ti, te fará menos mal...
Guarda para ti, não esqueça,
Se tens amor por ti...
19.11.2007