Passará

E tudo passa

A planta cresce

O sol se põe

Pessoas passam

E as bocas falam

O corpo cansa

O tempo escorre

E é criado

O universo expande

E tudo acontece

É o devir, o fluxo contínuo

Um mergulho no rio transitório

Cuja água não é a mesma a cada banho

E nem a mente é a mesma a cada banho

Tudo se transforma o tempo todo

O sol e a lua guiam os acontecimentos

Que se configuram caóticos

Nos exaustivos sempre mesmos pensamentos

O pássaro que canta baixinho no ouvido do meu coração

Está sempre num constante vai-e-vem

A intensidade do seu insano vôo

É sempre um imenso porém

O pássaro que grita no ouvido da minha mente

Está sempre querendo o que convém

Canta alto de implicância

Sendo do ego, um infeliz refém.