Ansiedade

O amor me deixa ansioso.

Tenho pressa em ser correspondido.

Anseio mais que tudo ouvir o “Eu te amo” apaixonado...

E poder devolver com um “Idem” ou “Eu também” ...

Olhar com a pupila dilatada e entre os lábios sussurrar:

“Eu também te amo”.

Espero não conseguir terminar a frase.

Espero ser interrompido por um beijo.

Um beijo de quem já saberia a resposta.

Um beijo que dá vida a uma frase tão curta de 3 palavras.

Em um dia de lua cheia.

Em um estacionamento aberto.

Astros, planetas, satélites e cometas assistindo a esse espetáculo.

Com quem será?

Qual o teu nome?

Por que esperas tanto em me encontrar?

Também estás com medo?

Ou talvez perdido assim como eu?

Será se imaginas que vais me encontrar?

Se imaginas, como tu esperas que seja o meu “Eu te amo”?

E se ele nunca acontecer?

E se nunca nos encontrarmos?

E se já tivermos nos encontrado?

Te deixei ir?

Tu me deixaste partir?

Espera!

Precisamos abrir as cortinas deste espetáculo.

Eu preciso dançar apaixonado contigo sob o manto de estrelas.

Volta!

Fica!

Apareça!

Pronuncie-se!

Meus gritos são inúteis.

Derramo-me em um futuro.

Ainda não aconteceu.

Talvez não aconteça.

Passarei a vida esperando, então (?)

Meu amor me deixa ansioso.

Ele tem pressa de nascer.

Pressa para ser correspondido.

Às vezes ele me culpa por achar que espero tempo demais.

Me culpa por querer o que acho melhor para mim.

Me culpa por não ter falado a maldita frase.

Maldito amor que me açoita com culpa e medo.

Maldito amor, pois não estou pronto para ser correspondido.

Maldito amor que me sufoca.

Maldito desejo.

Por que usá-lo como arma contra mim?

Ferir-me não me fará ter pressa.

Atrasará meus passos.

Atrasará minha caminhada.

Afinal, para onde estou indo?

Quase esqueci.

Talvez eu esteja tão perdido quanto meu futuro e tão presente amor.