Escrevo entre parênteses e na maior parte das vezes me comunico em entrelinhas.
Nasci do que não pode ser dito a tempo e, por isso, eternizei as palavras não ditas nos escritos que redigi.
Moro em um interior machucado e confuso, mesmo que esse mesmo espaço seja capaz de guardar amor e esperança.
Estou no limite entre a existência e a paranoia. Gostaria de ser real, mas nem por isso deixo de existir.
Sou força e fragilidade, honestidade e omissão. Me chamam de hipócrita e contraditória, mas isso me torna real.
Tenho todos os anos e épocas, porém não sou jovem para ser ainda ingênua nem velha para ser a mais sábia.
Ainda assim, sou uma amante e, portanto, destinada ao acaso.