TEMPO AVASSALADOR
TEMPO AVASSALADOR
O tempo devora pelas beiradas,
A máquina de costura, culturas,
Trens e trilhos, velhos andarilhos.
Beatas, carpideiras, morros, mortos.
Corrói ansiedade, peneiras furadas.
Gordas gorjetas, goelas e gorduras.
Preces, papiros, versos,, estribilhos.
Quimeras, eclipses, caminhos tortos.
Engole águas passadas, mel, moinhos.
Jornais futuristas, janelas velhas, traças.
Intrigas, boatos, previsões e lamentos
.
Consomes com vates, vizir e vizinhos.
Lembranças, talismãs, fotos, carcaças.
Intacto resta apenas nenhum alimento.
(Gustavo Drummond)