Xô Pasárgada
Xô Pasárgada
Quero ver a passarada,
Sobre o cajueiro rei,
Onde nada temerei,
Em noite de trovoada.
Quero uma boa pousada,
Co'a cama que arrumarei,
Da coroa abdique
Deus me livre de Pasárgada.
Quero a cama perfumada,
Só com o perfume dela,
Ou uma rede amarela
Pra embalar a minha amada.
Sem ter a vida embargada,
Quero ter minha mulher
Pra fazer um cafuné,
Deus me livre de Pasárgada.
Já no fim desta jornada,
Por que eu iria me matar?!
Se tenho alguém para amar,
Ao canto da passarada,
Quero dar em minha amada,
Um fungado no cangote,
Ouvido o som de um fagote,
Xô Persépolis… Pasárgada!
Cheguei do meio do nada,
Pra contar causo em prosa,
Sem a via dolorosa,
Sem o uso da espada,
Sem prostituta sagrada,
Com bom vinho ali na mesa,
Passo dizer com certeza:
Deus me livre de Pasárgada!
Pra quê u'a prostituta,
Se tenho a amante ideal?!
Se tem garapa de cana,
Vinda do canavial,
A minha doce labuta
Será levar o cachorro,
Pra passear lá no morro,
Na serração da igrejinha,
Que bela sorte esta minha,
Com uma vida alargada,
Deus me livre de Pasárgada!