AS GAIVOTAS
O céu estava límpido e todo azul;
As aves voavam suavemente entre as nuvens;
De céu em céu num bailado sinfônico;
O luzir do sol declamava a alvorada poética.
A poesia perfumada d'amor enamorado;
A relva que a névoa abraçava em jardins;
Trazia a melodia dum beijo d'água doce;
Um rio que deságua no mar de canções.
Nenhuma nuvem partiu para longe;
Um jardim circundava as árvores;
E as folhas verdes com arama de pintanga;
Balançavam como as asas dos rouxinóis.
Ó amor, a poesia como seresta banhava;
A serenata que sinfonicamente beijava;
Os amantes apaixonados no céu de cetim;
Caiados na terra que semeava a vida sem fim.
Ô gaivotas, livre é o amor em lua;
Nessa tarde nua despindo a noite;
Num colorido que adormece o findar;
Desse poema d'amor com cheiro de brisa.