Sargaços de Aço
Sargaços, aço, espaço da alma, algas
Que caminham entre as ondas perdidas.
Que perpassam entre as dobras dos corpos.
Nas curvas dos sonhos e desejos elucidados.
No abrir dos olhos a concha de vênus,
A concha dos mãos a chamar o amado.
Agasalho-me nos rochedos dos braços nus
E navego no vai e vem desse brado.
As luas do teu corpo me incedeiam,
A canção dos teus corais me deixa trépida.
Na vara de pescar há isca, assim vou límpida,
A esmorecer em tuas linhas que me cercam.
O dia amanhece saciado, eu cansada
Adormeço leve em tua praia salgada
Com a boca salobre dos teus beijos,
Enrolada em tuas asas assim me vejo
Você, o mar e o céu dos nosso desejo.