PRIMEIRA MORTE
Nunca estive a margem da sua expectativa
Mantive a ousadia e me perdi no sentimento
Colecionei versos de profundas poesias
Tentando arrancar você do pensamento.
A sinfonia inaudível que também fala
Supostamente cala depois do silêncio
Não indico andar descalço sobre brasa
O amor é fonte de prazer e sofrimento.
A ferida que sangra depois do corte
O recente aporte depois da epifania
As lágrimas depois da primeira morte
A dúvida tangível que imita a fantasia.
A doença que não vê sintoma
O veneno imitando remédio
O sagrado que também profana
Distração que duela com o tédio.
Amar é contraditório na essência
Cicatriza a pele e depois sangra
A alforria com que de sentença
Vai curando na medida que inflama.