PRIMEIRA MORTE

Nunca estive a margem da sua expectativa

Mantive a ousadia e me perdi no sentimento

Colecionei versos de profundas poesias

Tentando arrancar você do pensamento.

A sinfonia inaudível que também fala

Supostamente cala depois do silêncio

Não indico andar descalço sobre brasa

O amor é fonte de prazer e sofrimento.

A ferida que sangra depois do corte

O recente aporte depois da epifania

As lágrimas depois da primeira morte

A dúvida tangível que imita a fantasia.

A doença que não vê sintoma

O veneno imitando remédio

O sagrado que também profana

Distração que duela com o tédio.

Amar é contraditório na essência

Cicatriza a pele e depois sangra

A alforria com que de sentença

Vai curando na medida que inflama.

FLÁVIA PINHEIRO
Enviado por FLÁVIA PINHEIRO em 02/07/2022
Código do texto: T7550665
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