BONECA

O adjetivo que(com carinho) a mim dedica,

É o que preconiza meu atual infortúnio,

Se dos meus sentidos fosse desprovida,

Teria sido menos ultrajante e sem desatino.

Ainda que teu olhar me hipnotiza,

Sou apenas porcelana no teu mezanino.

Que outro papel eu receberia?

Senão figurante do teu destino.

Ainda assim esse poema não é lamento,

O título que me destes traz alegria,

Sem paixão, vivia em tormento,

Agora posso brincar de ser poetisa.

Não pretendo desperdiçar tal chance.

Quem me dera ter outro fascínio.

Como um bibelô na sua estante,

Qual boneca, continuo só existindo.

FLÁVIA PINHEIRO
Enviado por FLÁVIA PINHEIRO em 13/06/2022
Código do texto: T7537121
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