Por que me provocas?
Para que me buscas
Se sempre me afirmas
Que de mim, só foges
Que de ti, sou sina
Para que me para nas ruas
Quando estou em neblina
Se quando te falo, logo te calo
E em tua garganta torno-me o nó
Se sou teu choro convulsivo
Quando estás absorto
Ou lírico
Se sou a que te completa, quando em ti,
- como onda que arrebenta- Provoca crateras
E aos cacos
Você me sorri.
Para que me sorves se não sou o ósculo
Que roubará de ti a lucidez necessária
Sou antes, o perigo iminente, que te povoa a mente
E coabito
O teu istmo abissal.