Chego sempre onde você não está
Não procuro nada
Vou palmilhando a estrada que vai se abrindo
A medida que vou caminhando,
É sempre nova a pegada nesse Chão
Que abre entre dimensões impalpáveis
Um ponto para meu próximo passo,
E o anterior se apaga,
Se apaga toda estrada
E eu nunca posso voltar...
Mas me lembro de você
De como foi bom te conhecer
E caminho assim sonhando
Que o caminho que vai se revelando
Uma hora vai me mostrar você,
Você que não consigo nem quero esquecer...
Cheguei numa esquina,
Cheguei em um mar
Encostei num bar
E perguntei onde te encontrar...
Me disseram que tinham te visto
Que lembravam de você
Mas perderam o caminho que te levou
Na verdade ninguém notou
Estavam bêbados demais lutando para esquecer
Aquilo que os fez beber...
Mas deram um rumo,
Que seguisse em frente lateralmente pela esquerda e direita sem voltar,
Que voltasse de onde não chegasse,
Era ali que talvez de encontrasse...
Fui embora,
E estou aqui agora
Estou em movimento sempre
E sempre chego num lugar novo
Desconhecido
Onde todo muda fala que te viu
Mas não te viu seguir
Parece que na ida você faz é sumir
E assim
Eu chegou sempre onde você não está
Mas se não vou
Se tambem fico
Sei que você não vai ali chegar
E portanto tenho que partir,
E agora não vou mais me preocupar em te achar
Porque eu mesmo me sinto perdido
E até já delirei
Será que sou eu que não estou onde eu chego,
Será que não sou eu
Esse que sempre vive a me escapar?
Não sei
Mas sei que sempre chego
E antes de partir me amarga a verdade
Se sempre chegar onde você não está...