Imprevisível
O amor
Sentimento que buscamos
Redentor
Cuidadoso
Vivo que faz viver
Morto que faz morrer
Inquieto
Recato e pudor
Ousado
Enlouquecido pelo calor
O amor
Não é apenas o bem-comportado
A reboque de uma Natureza
Que, com regularidade, fecunda,
Produz e gera,
Mas também fere e mata
O amor
Vetor que desestabiliza
O previsível ciclo da vida,
Introduz a assimetria,
Franqueia as portas da loucura
São processos
Que intimamente
Enobrecem
Ou, o recalque desse ímpeto entrópico, Sublimado
Leva ao fundo
No mais profundo
Nas entranhas que a alma
Emaranha
Em finas teias
Do contrário esperado
Confundindo sentimentos
Vagueando na penumbra
Trôpego em desalento
Enquanto ainda guarda
A lucidez senil
Do amor que existiu
No ontem que habita
O agora
O aqui
Confundindo toda história
Mas voltando a sorrir