De alma esternecida, caminhante solitária pela vida. Tentando achar um jeito de com as palavras libertar tudo que vagueia dentro da minha mente, antes que exploda o meu coração por tantos sentimentos.
Sou uma alma sem destino, sem porto ou morada. Apenas sigo tentando me encontrar em outra alma.
Muito de mim eu deixei nas pessoas que encontrei. Pouco de mim achei.
Sou como um lobo solitário, expulso de sua alcateia, não confio em quase nada, vagueio por caminhos onde posso me manter segura.
Não entenda como covardia, mas um lobo ferido não mais confia.
Mesmo assim, sou uma louca romântica que precisa crer no amor verdadeiro. No amor por inteiro. No amor feito por ações, onde as palavras servem apenas como laços que o ornam e fazem com que as ações se tornem ainda mais belas.
É esse desse amor que necessito.
Talvez alguém se pergunte: por que ela não confia? E a compreensão só teria conhecendo a minha história.
A poesia em minha vida é meu bálsamo, minha morfina. Não digo que sou poetisa, sou uma alma que ganha vida ao misturar as palavras em rimas desengonçadas. Sou ainda uma criança cujas lembranças guardam ainda um fio de esperança. Sou aquela que cala, não expurga as palavras aos quatro cantos, sou alguém que espera por um outro poeta que aceite dividir a composição da obra.
Sou uma menina que da vida nada teve. Ao nascer já fui deixada sem um lar, sem amor, sem nada. E nesse nada fui criada sendo alimentada por sonhos.
Sou agora, na idade, mulher adulta, responsável pelos rumos que sigo, mas a vida não é bem isso. Responsável até um ponto pois a vida é arteira e gosta de dar-nos desafios para os quais, nem sempre, estamos prontos.
Por tudo isso sou caminhante. Vagueio por tantos lugares e nenhum é meu lar, apenas na poesia sinto-me segura, através dela tudo posso revelar.