Nunca vou dizer adeus

Desde cedo, uma vez em que notei

Que minha genitora vinha a minha cidade apenas

Para sacar a pensão de viúja,

Fui para detrás da casa na hora da partida,

Resisti quando alguém veio me chamar,

Entrei para mais pra dentro do mato,

Mas não pedi a benção!

Eu não balanço a mão nas despedidas,

Não dou tchau,

Tudo em isso é atestado de separação,

E eu sou também isso que lembro,

Coisas que machucam

Coisas que fazem rir

Então,

Nunca,

Nunca vou dizer adeus

Nem pra você

Nem pra nenhuma parte de mim,

Nem pra ninguém...

Vamos todos nós movendo num para sempre

Onde tudo que sentimos é uma visão de mundo,

Por onde às vezes vejo, rápido e demoradamente

Tento me encontrar em coordenadas nesse novelo transcendente

E assim diminuir o impacto do presente

Que sempre vem chegando...

Nunca vou dizer adeus.

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 01/03/2022
Código do texto: T7462891
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