A ENTREGA DO POETA

Nas poesias que eu faço

Deixo um pouco de mim

Impregnado num espaço

Que não tem começo nem fim

Porque ali tudo acontece

Da realidade à imaginação

Mexe com as estruturas e estremece,

Desafia os limites da razão..., e da emoção!

As janelas por onde espio

São as mesmas por onde sou espiado

E, às vezes, meu “eu oculto”

Por descuido é revelado

E a minha alma desnuda

Deixa derramar meu pesar

Não há ninguém que me acuda...

Ninguém pra me consolar!

E o poeta vai mitigando

Contornando as emoções

Tornando suave a dor

Que maltrata os corações

Fazendo com que a dor que se sente

Na realidade, não seja uma dor,

E que se está fingindo, somente,

Para valorizar, ainda mais, o amor!

Ilha Solteira/SP – 10/02/2022 – 17h18