CURVAS
Para Camila
19.01.2022
Na estrada pela qual seguem as vidas
Há curvas, elevações, desníveis, crateras
Corações derramam sangue
Corpos derramam suor
Faces derramam lágrimas
É um ir e vir constante
Pares se formam e se desfazem
Alguns apressam o passo
Desvencilham-se do par atual
E vão juntar-se àquele que à frente segue até então solitário
É o rodar constante do destino
O Sol nasce, se põe
Vem a Lua, cintilante, iluminar o caminho de todos
Renasce a esperança na manhã seguinte
E tal moinhos de antanho, gira perenemente a história
Histórias de amor, desencanto, abandono, solidão
Tantas histórias, tanto a contar, comemorar ou lamentar
Mas ela continua lá, nos corações,
Latente ou não
Até que um dia, quando menos esperamos
Surge o amor à nossa frente
E aí dependerá de nós
Sabermos o que fazer dele e com ele
Comigo foi assim
Ao trilhar essa estrada e suas surpresas
Perdi-me no ir e vir constante das paixões
E o homem triste e solitário se fez
Ensimesmado pelo egoísmo e pela incerteza do porvir
Consumido pelo desespero da solidão que o tragava
Querendo mais de onde mais nada havia
Surgiram, então, aqueles grandes olhos negros,
Encravados num semblante sério, de pouco riso,
próprio de alguém sofrida, desconfiada,
carregando a pesada blindagem de alguém machucada pela vida
Ao mesmo tempo de uma candura especial
Soube, aos poucos, dos seus sofrimentos, dos seus desenganos
Ela, dos meus fardos, menos pesados, é verdade
Mas, aos poucos, me vi transportado ao paraíso
Aos poucos, devagarinho, senti que o amor estava batendo às portas do meu coração
E hoje não quero outra vida
Só quero estar com ela
Em todos os lugares
Porque ela veio me completar
Veio me ensinar o que é o verdadeiro amor
E o nosso veio para ser indestrutível.
Não tem preço!