A imagem sem o espelho
Naqueles tempos em minha terra
Era muito comum caminhar longas distâncias
Para visitar
E muitas estórias existiam por aquelas bandas da década de 80,
Por exemplo, sempre ouvia umas pegadas, cada vez mais fortes, após as minhas
Quando estava indo pra casa pelo seco do caminho
Em meio a vegetação...
Já ouvira tanto sobre aquela respiração atrás de mim
Que começava a correr, com todo coração...
Mas já hoje, noutro dia pela ruas perdidas desta cidade eis que vejo se aproxima velha figura, pelos gestos notáva-se ser mudo, ao que respondi como se assim o fosse, fiz meus gestos meio tresloucados para ser mais convicente e até emiti grunhidos, na verdade achei que me saí bem.
Fingindo entender, balancei a cabeça e segui meu caminho, de certa forma, sendo ele...
Já distante ouvi uma frase perfeita: filho da puta! Era o mudo!
Segui devagar meu caminho, eu era mudo, não podia dizer nada...
Não sei, mas aquela coisa toda daquele tempo na minha terra, coisas de Capelobos e Mucuins ficaram um pouco em mim...