A facínora canção das borboletas
As borboletas no meu estômago morreram
E seus cadáveres se metamorfosearam em tristeza
O abismo demanda tempo
E um escrutínio que elucida as bestas dos recônditos da alma
As borboletas no meu estômago pereceram
Sob o infortúnio das minhas vicissitudes
Foram terminantemente destruídas
Pelas lancinantes displicências das minhas perfunctórias sensações
As borboletas no meu estômago feneceram
Seus despojos cáusticos me nausearam
Ao sucumbirem à impreterível aniquilação
Uma facínora canção entoaram
“Quando o amor beijar teu peito cínico
Lembrarás do fogo eterno
E que as chamas não se apagam
Nem sob teus desgastantes deletérios
Verás que a chuva goteja cuidadosamente
E sob a inundação do amor não serás tão insolente
Não penses ser um poderoso indolente
Ao negligenciar o que redime sua mente
Estamos a falar clara e francamente
Apesar do teu rancor ao suprimir as emoções
Que em seu estômago borboletam alegremente”.