Poema - Lilith
Poema – Lilith
Como um Poeta que vivenciou os doze infernos de Dante
Poderia descrever o amor?
Eu poderia começar pelos seus olhos
Sublimes como uma supernova
Ou pelo seu corpo escultural
Detalhados em curvas exuberantes
Eu não conseguia simplesmente beijá-la
Sem antes sentir vontade de rasgar suas roupas
Deita-la de bruços sobre a cama
E espanca-la até o vermelho das suas nádegas
Poeticamente fundirem-se com a sinfonia dos seus gemidos
Mordendo e chupando os seus seios
Masturbando-a enquanto os seus pezinhos
Me pressionavam contra a sua buceta
Eu poderia passar horas endeusando o seu corpo
Beijando os seus lábios
Amando-a completamente;
O amor para mim
Sempre foi uma incógnita
Uma metáfora cruel criada por Dionísio
E replicada por Afrodite
nos jardins do tempo
Para que homens mortais como eu
Se tornassem escravos deste sentimento
Hostil e cruel
Nunca fui um homem de virtudes (...)
Aos doze anos de idade passei cinco horas
Me encarando no espelho
Odiando cada detalhe do meu corpo
Odiando a minha personalidade
Minha aparência
Meu cheiro
Absolutamente tudo que envolvia
Aquela figura asquerosa diante do espelho
Me causava náuseas
Foi ali, naquele particular momento
Em que eu declarei guerra contra mim mesmo
Partindo em uma jornada de autodestruição
Hoje?
Tampouco reconheceria aquela criança
Talvez ela de fato tenha se enforcado enquanto
Odiava a si mesma diante do espelho
Me tornei um homem apaixonado pela vida e os seus pecados
O amor corre nas minhas veias tão vividas quanto o sexo
Que corrompe a minha mente
Passo horas observando-a
Sua forma exuberantemente sexy de andar
A poesia das suas coxas e a filosofia da sua bunda
Fazem dela uma Deusa soberana sobre todas as mulheres
Por ela, eu morreria sem ao menos excitar
Ou viveria também por mil anos ao seu lado
O que eu me tornei? Um suicida apaixonado
Ou um homem que encontrou o amor em meio ao caos (...)
- Gerson De Rodrigues