Poema – O Ultimo Poeta
Poema – O Ultimo Poeta
‘’ E os sátiros grunhiram
Como porcos
Quando souberam que o Diabo
Havia se apaixonado por um anjo
E não é irônico?
Que o amor possa nascer do Caos
Mas o caos nunca possa nascer do Amor.’’
Quando o ultimo dos Poetas
Beijar a sua amada pela ultima vez
Como as canções líricas de Elísio
Ou o último suspiro de um Suicida
Ao debater-se dependurado em uma corda
O Diabo derramará suas últimas lágrimas de solidão...
O Amor então deixará de existir
E o Caos reinará sobre as suas entranhas
Quando o Diabo estuprar a ultima freira
Na penumbra da noite em catedrais sacras
Os Deuses renunciarão ao seu trono
E os homens nascerão pela ultima vez
Banhados em lágrimas o Poeta e a sua Amada
Transcenderam as origens da orgia e do sexo
E nas suas coxas com a boca manchada de sangue e gozo
Escreveram suas ultimas Poesias
Quando o amor deixar de existir
E os Poetas já estiverem todos mortos
A Esperança que um dia brilhou
Nos olhos de pequenos indivíduos
Que admiravam o céu noturno
Em um passado longínquo
Desaparecerá para sempre
E das ninfas e das freiras em orgias banais
Nascerão novos Deuses
E sentimentos que hoje seriam incompreendidos pelo homem
A Mãe de cristo se masturba sobre o corpo
Putrefato do seu próprio Filho
Enquanto o seu reino perece
Na fria epiderme da morte
E o que restará da Poesia?
Quando esta for tomada por homens podres e vis
Quando o ultimo Poeta
Beijar a sua amada pela ultima vez
A ultima Poesia de amor
Desaparecerá por completo
Restarão tão somente as orgias e as prostitutas
Até que algum dia, O Diabo se apaixone por um anjo
E desta improbabilidade caótica
Nasça um novo Poeta
Capaz de escrever sobre o amor
Que os Poetas do passado
Escreveram um dia...
- Gerson De Rodrigues