Poema ao Amor
Exaltei-me,
Peço-te perdão por não ter atendido o teu clamor o mais depressa possível, mas cheguei à tempo e desatei os "nós". Por isso, peço, não ouse interromper minha displicência de não saber lidar com esse momento.
Vim dizer-te que amanhã não tem cura para alma ferida. E mesmo assim, de nada adianta querer sugar minha dor para si. Deixe que eu viva e morra dia após dia, na eminência de desconstruir esse querer que me invadiu a pele, adentrando as narinas; e tomou-me o peito, sufocando-me a razão.
Não vês, que tudo o que precisávamos, até então, era morrer de amor, ainda hoje... porque amanhã, já é tarde demais para nos lançarmos sem reservas; reservas das quais já desgastamos aqui, nesses minutos de idas e vindas engavetadas.
Retoma depressa tua nudez de alma, e veste o desejo de me pertencer só mais esta noite, nutrindo de paz o meu sorriso, pois, nada mais há que fique no mesmo lugar. Pois, somos ainda aquele amontoado incerto e contrito, porém, altamente intocáveis; de sentimentos puros... querendo permanecer vivos, ainda que morramos no momento seguinte de nossa entrega mais viva.
... Nem o tempo, nem a distância!