Águas paradas

Eu vagava em teu mundo...

Surfava em tuas ondas...

Caminhava a passos largos

Abraçada à felicidade,

Que me sorria, através do teu olhar.

Agarrada ao teu peito, como quem renascia

Eu me apegava à liberdade

De me prender em ti.

Eu nem sabia o que era medo...

Tão pouco recontava as horas, simplesmente vivia.

Até que um dia, um tal senhor, chamado destino,

Te arrancou de mim... machucou-me os pés,

Me impedindo de caminhar ao teu lado.

Me feriu o calcanhar, quebrando-me inteira.

Eu morri, e ainda morro um pouco todos os dias.

Desde então, tudo tornou-se obsoleto.

Nem paz, nem desespero me entorpece

Ou me surpreende. A vida parada está!

Como um rio sem nascente,

Que não sabe de onde veio, nem onde irá desaguar....

Agora, mergulhada estou

Nesse vazio que me tragou...

Sem você pra me cobrir de amor,

Sou apenas o olho d'água

Querendo marear minhas dores até definhar.

Brenda Botelho
Enviado por Brenda Botelho em 21/04/2021
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