Águas paradas
Eu vagava em teu mundo...
Surfava em tuas ondas...
Caminhava a passos largos
Abraçada à felicidade,
Que me sorria, através do teu olhar.
Agarrada ao teu peito, como quem renascia
Eu me apegava à liberdade
De me prender em ti.
Eu nem sabia o que era medo...
Tão pouco recontava as horas, simplesmente vivia.
Até que um dia, um tal senhor, chamado destino,
Te arrancou de mim... machucou-me os pés,
Me impedindo de caminhar ao teu lado.
Me feriu o calcanhar, quebrando-me inteira.
Eu morri, e ainda morro um pouco todos os dias.
Desde então, tudo tornou-se obsoleto.
Nem paz, nem desespero me entorpece
Ou me surpreende. A vida parada está!
Como um rio sem nascente,
Que não sabe de onde veio, nem onde irá desaguar....
Agora, mergulhada estou
Nesse vazio que me tragou...
Sem você pra me cobrir de amor,
Sou apenas o olho d'água
Querendo marear minhas dores até definhar.