DESILUSÃO
Houve um tempo já distante
Em que os tristes olhos meus
Perdia-se na distância infinda
Da ilusão dos olhos teus.
Vestia-se de doce esperança
Com brilhos angelicais,
Cintilando a mesma calma
Do azul do imenso céu!
Não via as púrpuras rosas
A natureza enfeitar,
Nem as águas em cascatas...
Só via o teu meigo olhar!
Não ouvia o cantar festivo
De acrobáticos rouxinóis...
Somente tua voz ressoava
Nas paredes boreais.
Quando, afinal, meu olhar
Desencantado perdia o brilho,
Soubera que um trágico acidente
Ceifara tua visão para sempre.
Desde então o amargor
Da menina dos olhos teus,
Ensandeceu de tristeza
O menino dos olhos meus.