DESILUSÃO

Houve um tempo já distante

Em que os tristes olhos meus

Perdia-se na distância infinda

Da ilusão dos olhos teus.

Vestia-se de doce esperança

Com brilhos angelicais,

Cintilando a mesma calma

Do azul do imenso céu!

Não via as púrpuras rosas

A natureza enfeitar,

Nem as águas em cascatas...

Só via o teu meigo olhar!

Não ouvia o cantar festivo

De acrobáticos rouxinóis...

Somente tua voz ressoava

Nas paredes boreais.

Quando, afinal, meu olhar

Desencantado perdia o brilho,

Soubera que um trágico acidente

Ceifara tua visão para sempre.

Desde então o amargor

Da menina dos olhos teus,

Ensandeceu de tristeza

O menino dos olhos meus.

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 07/02/2021
Código do texto: T7178522
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.