VERSOS SEGREDADOS
Na primavera dos meus sonhos,
eu a encontrei sorridente num jardim,
confundindo os seus encantos
com róseas pétalas e jasmins.
Os raios dourados do sol
banhavam o caracol de suas mechas
que reluziam fosforescentes,
refletindo em seu olhar
as indizíveis matizes
de um grande amor em primícia.
Entre o bálsamo das flores
ofertei-lhe com carinho:
trovas, estrofes de amor
e versos alexandrinos...
Nada, porém, foi bastante,
para conquistar seu amor,
e assim, procurei olvidar
a timidez da recusa
de seus lábios carmesins.
Não sei se guardara na alma
aqueles versos fagueiros que
ao pôr do sol dediquei-lhe;
sei, porém, que ela os relia,
abraçava-os e sorria
quando um dia a reencontrei.