Delírios
Sempre estamos vivendo algum dilema...
Trazido pela vida,
buscado POR NÓS.
Elegemos culpados,
visíveis
ou impossíveis,
espectros a quem delegamos
o que cabe somente
a nós.
Circundados pelo egoísmo,
inundados pelo egocentrismo,
seguimos,
ou muito mais paramos,
impedindo o pleno viver.
Se já não houvesse,
nessa covardia,
motivos para renascer,
ainda submetemos a outros
à nossa pusilanimidade
e os fazemos sofrer.
Reclamamos do peso
e arrastamos correntes,
que ou nos prendem
ou impedem de crescer...
As carregamos tal qual troféus
dos quais nos orgulhamos,
que gostamos de exibir
essas lustrosas correntes
por nós bem cuidadas!
Quão tolos somos!
Lustramos o que nos entristece,
esquecemos o que nos resplandece.
Agimos feito bobos,
e no fim,
lá no fim,
percebemos o tempo que perdemos
polindo nossa própria escravidão,
o tempo que gastamos
nos abandonando na nossa própria escuridão.