EU AMO VOCÊ

Amo você!
“O que eu sinto por você é uma doidice”.
Digo, clamo, tento explicar,
Mas não consigo:
_ Eu amo você!
Este amor fere-me,
Dói-me, mata-me...
Lacera-me a alma...
Mas, eu amo você...
E você não me ama!
Jamais, meu amor, nós voltaremos,
A conjugar o verbo amar
No plural:
_ Nós nos amamos!
Você é como o vício,
Que se apoderou do meu corpo,
Placidamente...
Você chegou,
Eu, não percebi.
Quando meus sentidos
Adquiriram consciência,
Estava emaranhada nas suas teias,
(seus braços),
Que se atavam, em liames no meu corpo,
Nas cândidas madrugadas.
Tantas promessas...
Tantos sonhos...
Que formam, agora, apenas,
Pedaços de um relicário
De coisas antigas, esquecidas, no tempo.
O tempo:
_ Duração limitada... Horas, dias, anos...
Que significa o tempo?
Ele passa por nós, ou...
Nós passamos por ele?
Eu!
Fiquei como naúfraga,
Sem um rumo certo a seguir,
Nas ondas do oceano das lamentações.
Extraviada,
Num passado de fatos inexplicáveis,
Sem sentido aparente.
Você!
Você passou por mim,
Mas não ficou.
Içou a âncora de seu barco.
Seguiu viagem em direção
A outros portos.
Não permaneceu, nem um minuto há mais...
Sua pessoa desvaneceu-se
Como a bruma que se desfaz,
Ante o esplendor do sol
Que renasce a cada manhã.
Seu abraço, seu beijo,
Sua imagem... Eles ficaram...
A macular minha existência
Como as manchas amareladas
Do fumo, que tenho às mãos.
Você!
É meu vício,
Meu eterno amor,
O qual, eu não consigo...
Eu não posso...
Eu não quero...
Olvidar,
Pois se deixar de amar-lhe,
Um segundo sequer
Eu cessarei de viver!