Outro dia
Errante o meu caminho
Tonta pela dor que me assombra
Agarrando em barrancos
Que ao toque desmoronam
Buscando crer
No que não os olhos,
Mas a alma vê,
Sangro
Mas ninguém percebe
Para ninguém abro o peito
Desnudando essa alma
Fatigada pelos sonhos roubados
Insisto em negar
Arrasto meu corpo cansado
Por um caminho arruinado
E feito um bêbado
Grito palavras incompreensíveis
Frases sem sentido
Para ouvidos insensíveis
Feito um bêbado
Caio
Já sem forças para reerguer-me
Ficando assim
Corpo e alma
Como defunto sepultado
Em pedra fria
Onde a umidade se entranha
Mistura tudo no fim
Mas dessa negra noite
Erguerá outra aurora
E como um zumbi,
Morta e viva,
Esse corpo agora caído
Levantará para do sangue
E das lágrimas
Reviver para outra dia
Sonhar
Sonhar que o amor
Traz sim alguma dor
Mas que também
É o único redentor