Outro dia

Errante o meu caminho

Tonta pela dor que me assombra

Agarrando em barrancos

Que ao toque desmoronam

Buscando crer

No que não os olhos,

Mas a alma vê,

Sangro

Mas ninguém percebe

Para ninguém abro o peito

Desnudando essa alma

Fatigada pelos sonhos roubados

Insisto em negar

Arrasto meu corpo cansado

Por um caminho arruinado

E feito um bêbado

Grito palavras incompreensíveis

Frases sem sentido

Para ouvidos insensíveis

Feito um bêbado

Caio

Já sem forças para reerguer-me

Ficando assim

Corpo e alma

Como defunto sepultado

Em pedra fria

Onde a umidade se entranha

Mistura tudo no fim

Mas dessa negra noite

Erguerá outra aurora

E como um zumbi,

Morta e viva,

Esse corpo agora caído

Levantará para do sangue

E das lágrimas

Reviver para outra dia

Sonhar

Sonhar que o amor

Traz sim alguma dor

Mas que também

É o único redentor

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 05/01/2021
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