PROTOCOLOS
Quisera autenticar hoje esse breve impulso insistente,
Sem antes me sucumbir nas veredas da tua vontade.
Quisera saber todas as regras e decifrar prontamente,
Sem expor a suposta nudez da minha vulnerabilidade.
Quisera resignificar teu gosto para além da minha boca,
E traduzir com maestria o seu toque de urgência.
Não ouso ser mais do que quem tira sua roupa,
Contentar me ser o prazer que te sustenta e alimenta.
Quisera divagar sóbria sobre o aroma que entorpece,
Sem embriagar me por essa perversa libido viciante.
Quisera ter coragem para desenhar sobre tua pele,
Esses versos que secretamente compus antes.
Quisera abrir mão dos protocolos que criei,
E sintonizar meu corpo com teu imediato destino,
Desconstruir agora os muros que não levantei.
Sem me perder na saída desse cruel labirinto.