Esperança

Tu parecias sólida!
Nunca temi destruí-la.
Também não percebia,
Quão frígido era o ambiente
Que te conservava coesa.

Não percebi que era formada
Em lágrimas congeladas.
Acumuladas do passado.

Ao voltar a Bahia, te trouxe junto
Aos objetos pessoais.
Assim mesmo, te conservava
Guardada num Frizzer qualquer.

Senti a tua necessidade
Quando a solidão chegou,
E tomou todos os espaços
Sem me deixar escapar.

Achei-a perdida num canto
Revolta de névoa e gelo,
Coloquei-a junto ao peito,
Num desespero,
Que aumentava cada vez mais.

Percebi que o calor residual
De minhas vísceras, te derreteu
Fazendo-me te perder.
Para sempre...



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A Regina Michelon
Enviado por A Regina Michelon em 14/11/2005
Reeditado em 26/04/2018
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