MORRER DE AMOR
Quem já morreu de amor?
Há no sepulcro alguém?
Já vi, talvez, sofrer;
Morrer não vi ninguém!
Quem se atirou no mar,
Ou se afogou no raso
Morreu de DESAMOR,
E esse é outro caso!
Amor, quando é amor...
Amor real, de fato...
Não é desejo cego...
Ou fanatismo chato.
É cúmplice da vida...
Um fôlego de paz...
É se encontrar feliz
E se sentir capaz!
Não é deixar de ir
É ir bem mais além
Por ter quem lhe acompanhe
E diga "eu vou também!"
Poder deixar ser livre
E ainda confiar...
Amor não é prender
É lhe deixar voar!
Amor que lhe reprime...
Amor que lhe censura...
Não pode ser amor,
Talvez seja loucura...
Talvez seja doença
E sequer tenha cura!
Amor é pra quem fica
E não pra quem segura!
Dispenso de sentir
Qualquer amor fatal,
Pois quando é mesmo amor
Não pode ser letal!
Amor, quando é amor,
É puro e natural...
E amor, pra ser amor,
Tem que ser IMORTAL.