Poema – Solidão de um homem que nunca amou
Poema – Solidão de um homem que nunca amou
Eu não podia dizer a verdade
Tampouco olhar em seus olhos
Ela havia se apaixonado pelo Diabo
E eu não podia dizer isso a ela
Havia algo de ruim dentro de mim
Dentro dos meus olhos
Como se a minha alma expurgasse ódio
E violência com o respirar dos meus pulmões
Como se o sexo e a depravação
Gritassem como sátiros enjaulados
Eu queria domina-la a todo estante
Rasgar suas roupas, marcar o seu corpo
E escuta-la gemer durante horas
Enquanto a enforcava e assistia lentamente
A vida se esvaindo dos seus olhos
Mas ao mesmo tempo (...)
Eu a amava e queria protege-la de mim mesmo
E do mundo que nos assombrava
Ela sempre me dizia que eu tinha alguma coisa
Algo de especial, algo que a fazia se sentir segura
Tudo que eu tinha eram problemas
Um histórico terrível de tentativas de suicídio
Vícios, medos, e paranoias
E um incansável desejo carnal que me faziam
Cobiçar as suas coxas a cada vez que a olhava
Caminhando pela casa;
Diziam os Filósofos cristãos
Que Lilith era como Eva
Pura e inocente como os lírios do jardim do Edem
Mas que ao se apaixonar por Lúcifer
Transformou-se na escuridão
Que tocou a sua alma
Uma história de amor
Que fariam Bony e Clyde
Se apaixonarem mais uma vez
Os seus olhos doces
Despertavam o melhor em mim
Já os meus olhos cinzas e sombrios
Despertavam nela tudo que eu escondia do mundo...
Sempre fui desde a infância
Como um rato cego vivendo em esgotos
Nunca vi como os outros viam
Tampouco amei, como os outros amavam
Todos os que eu amei partiram
E todos os que me amaram seguiram sozinhos
Sou uma voluptuosa estrela cinzenta
Em um mar de sonhos e decepções
Se um dia eu te amei
Me perdoem por ter partido
Se um dia me amastes
Perdoem-me por ter nascido
Sou um rato cego
Vivendo nos esgotos da vida...
- Gerson De Rodrigues