DOIS AMORES
Na saudosa aurora de tempos idos,
meu coração inocente,
distante das máculas, hoje presentes -,
dividia-se angustiante
entre duas senhoritas.
Uma delas era Jéssica
- linda loura e um tanto sedutora.
A outra era Letícia
- morena cheia de encantos,
coberta da timidez
que o seu olhar refletia.
Numa tarde de domingo
quando então eu me afligia,
decidi que a bela Jéssica
era a mulher que eu queria.
Conforme passava o tempo,
fui porém me convencendo que,
quem de fato eu queria
era a tímida Letícia!
Desfiz então o romance
e procurei por Letícia:
tarde demais...
O seu coração já pulsava,
Agora,por outro rapaz.
Fiquei então longo tempo,
perdido em melancolia:
Jéssica foi passa-tempo
e Letícia..., meu desencanto!
Antenor Rosalino
Tenho a honra de publicar, abaixo, a pedido, a bela
interação do nobre poeta Solano Brum a quem
muito agradeço.
DUAS AMANTES
"Senhor", porque me gasto na inquietação,
De querer buscar mais do que já tenho?
O amor de Eliza, flecha-me o coração...
E o brilhar da outra, fecha-me o cenho!
Razão não vejo para amar as duas...
Mas, testemunha sois, desse meu querer.
Uma me segue intensamente pelas ruas;
A outra, exige, o quanto bem lhe quer!
Uma, menciona que sou somente dela...
A outra, ao deixar-me no raiar do dia,
Sai prometendo-me que tornarei a vê-la!
A noite, em clima de emoção, abro a janela...
Na cama, dividindo o coração - quem diria!
Uma parte dou para Eliza, a outra, a estrela.
Solano Brum