RADAR

Balança teu cabelo, linda moça

Passa diante de meu mundo

Com tuas pernas de louça

Inocente ao olhar profano e fecundo.

Magoa-me inocente em atenções a outro

Machuca sem saber teu observador fugaz

Ignora-me de propósito e me deixa louco

Esnoba-me como um parvo e incapaz.

Manda-me todos teus sinais confusos

A confundir meu incauto radar infante

Nave tola do meu desejo em parafusos.

E no derradeiro ato de arremate evasivo

Descobri tarde à carlinga: tudo entendi errado

Que o NÃO era SIM a chamar-me de tolo o adesivo.