Poema - Crenças e a razão do existir
Poema - Crenças e a razão do existir
‘’ Muitas vezes sinto que a minha Alma
Não pertence a este mundo
Talvez uma outra época
Uma outra vida
Até mesmo uma constelação distante...
Me vejo vivendo tantas vidas
Que não são minhas
Histórias que eu nunca poderei contar
Porque o homem que as viveu
Já não existe mais
Ele acreditou em um amor
Tão forte, mas tão forte
Que as suas chamas o queimaram vivo
E a sua alma abandonou este universo (...)’’
Embora eu ainda acreditasse no amor
Compreendia que nunca seria amado
Tal como eram os outros
Havia em mim uma angustia
Um fardo de vidas passadas
Do qual embora eu tentasse fugir
Sempre me acompanhou
Há uma Poética inocência
Naqueles que acreditam
No brilho das estrelas
Na existência dos Deuses
Ou nas chamas do amor
Aqueles que acreditam
São almas verdadeiramente livres
Pois a sua liberdade, está na sua mente
Nos seus sorrisos, na sua falsa ilusão de felicidade
A verdadeira crueldade
É quando se acredita em qualquer uma destas coisas
Mas não se consegue vive-las ou vivencia-las;
Sinto que já vivi o suficiente
E agora só estou vagando por um mundo
Repleto de manchas negras
Um quadro em branco
Do qual eu tenho que pintar a minha história
E por que? Vivenciar novas histórias
Se a única da qual eu fui condenado a viver
Me preencheu de um vazio tão repleto de dores
Que hoje já não reconheço o meu próprio nome
Ah...
Este maldito nome
Que significa tanto para tantas pessoas
Dos livros que escrevi, das poesias que fui condenado a escrever
Que para mim hoje são como ecos
De uma história manchada pelo sangue
De um poeta louco;
Procuro hoje a paz que eu nunca vivenciei
Um amor que eu nunca amei
Uma vida que eu nunca vivi
E se a tivesse vivido
Hoje me chamariam por outro nome
E de nada saberiam sobre as maldições que escrevi.
Procuro em outros olhos
O brilho que há muito tempo
No meu se perdeu
Procuro uma nova razão
Para pintar estes quadros brancos
Com a escuridão da minha alma
O Amor
Uma das poucas coisas das quais
Ainda acredito
Me faz questionar todas as noites
Estas são as minhas crenças?
Ou a do homem que eu fui um dia...
- Gerson De Rodrigues