Poema – Para dizer que eu nunca falei do amor 2

Poema – Para dizer que eu nunca falei do amor 2

Nós éramos os opostos

De universos que se cruzavam

Em noites vindouras

Nossos opostos fundiam-se em fodas intensas

Enquanto nossos lábios devoram-se com o tesão

Suas roupas rasgadas molhadas com o meu suor

Poeticamente fundiam-se com os arranhões

Das suas coxas brancas como a neve

Masturbando sua buceta enquanto a fodia

Como um sátiro possuído pelos seus gemidos

Seus pés na minha boca e a nossa troca de olhares

Eramos como Lúcifer e Lilith profanando os portões do inferno;

Almas apaixonadas por imperfeições perfeitas

Ferindo-se com palavras de amor e mentiras

Os cupidos apostaram nosso amor

Com as suas vidas

E todas as vezes que nos afastávamos

Eles se enforcavam em lamentações

Nos ferimos mais do que nos amamos

Mas deste amor que sempre sobreviveu as tempestades da vida

Vivemos paixões que nenhum outro Poeta viveu;

Todas as vezes que nos reencontramos

Nos afastamos por medo do amor

Ou das feridas que nós mesmos causamos

Como se o inferno se apaixonasse pelos céus

E todos anjos e demônios fossem obrigados a amar

Pela felicidade de um Único arcanjo

Que resolveu se rebelar...

Eu sou um homem repleto de incertezas

E esta rebeldia que eu mesmo alimentei

Contra o mundo que fui condenado a viver

Me impede de sonhar os seus sonhos

Sem abandonar os meus ideais

Nossas loucuras completam-se

Em um museu de Insanidade

Nosso tesão são as chamas

Que permitiram Afrodite renascer

E o nosso amor é como uma linha ao infinito

Impossível aos olhos dos Deuses

E irreal as nossas vontades (...)

Nossos destinos estão traçados

Pela Poesia dos arcanjos caídos

Que foi reescrita pelos Poetas mortos

Apunhalei o seu coração ao te abandonar

E você me apunhalou quando decidir ficar

Ainda que o verdadeiro amor

Só exista no calor dos nossos corpos

Nossos corações tão distantes

Quanto as estrelas

Apagam-se com a dor da saudade...

Nós somos o amor que os Poetas tanto falavam

E a dor que os suicidas jamais pronunciaram

Amo-te

Mas a deixo partir...

- Gerson De Rodrigues

Gerson De Rodrigues
Enviado por Gerson De Rodrigues em 14/08/2020
Código do texto: T7035614
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