Armadura
De tempos infortúnios
Entre lágrimas ácidas
Sentiu rasgar a carne
O que hoje aprisiona
Sob pesada armadura
Coração e face encarcera
Em intensão quase covarde
De evitar outra cratera
Não se despe para vida
Não consegue se permitir
Das dores do ontem
Hoje finge sorrir
Caminhando bem pertinho
Quase pode iludir
A quem teu sorriso olha
Que a felicidade faz parte em si
Mas olhando em teus olhos
Bem no fundo do negro olhar
É possível extirpar
A verdade que não lhes dá
Armadura de aço forjada
Com inúmeras pancadas
Em extrema temperatura
Onde a alma em tortura
Se fundiu na amargura
E no aço dessa loucura
O vento que toca teus cabelos
Somente na superfície fica
Nem ele a penetra
Pois os medos a encarcera
Enquanto não confiar
Essa armadura irá levar
Agarrada à tua pele
Fundida a alma que impede
Que a vida a enlace
Se é loucura
Que julguem
Mas a dor que incide
Em teu peito já pesado
Somente quem sente
É capaz de inibir
Se é loucura
Que julguem
E a pergunta a gritar
Qual o tempo da loucura
Para a armadura retirar?