Nos olhos e na alma...
Vai romper esse peito,
Represa de lágrimas
Contidas, pesadas e profundas,
Se não abro as comportas.
Paredes que emuralham
Lembranças e lições amargas,
Resistirá as intempéries
Sem se deixar ruir?
Poderá fazer água
Pelas trincas e vãos
De antigas recordações,
Antes contidas pelo poder vital?
Estruturas fornidas e arcaicas
Resistem desesperadas
Temendo que desejos ocultos
Sejam levados de roldão.
Temo que levem para o vazio
Cadáveres de esperanças
E as artimanhas dos sonhos,
Logo após a primeira aresta.
Mas se desfeitas as peias,
Colham-me aos baldes
E sirvam-me como chuva
Onde houver sementes.
(Não há limites, só o incontido)
Tácito