Compreenda
Aprendi desde menina
Que a vida insiste em reafirmar
O lugar de cada um
E por mais que tentemos mudar
Sempre dará um jeito
De nos confirmar
Sei que não entendes
Por à você não ser assim
Mas a grande verdade
É que a solidão habita em mim
Por mais que a expulse
Ela nunca aceita o fim
À você é complicado
Compreender o que traduz
Ser no mundo abandonado
Sem motivo algum
É ter o coração sempre sobressaltado
Num medo que enfim
Dilacera a esperança
Traz a mente toda dor
Que vivi ainda criança
Quando a vida embaraçada
Realidade e lembrança
Hoje busco preencher
O vazio que me corrói
Na ilusão de achar uma alma
Um bálsamo ao que me dói
Antes que a amargura do tempo
Seja o voraz algoz que me destrói
Se te busca em inebriável ancia
Não mal julgues minha loucura
Já faz tempo que procuro
Em febril busca por uma cura
Que a mim cicatrização
Ou me fizesse mais dura
Não se culpe por minha sede
Não foste o culpado
Apenas seja quem a mim concede
Um pouquinho do que peço
E não me contaste
Pode ser pra ti difícil
Vida cheia, sem vazios
Talvez não perceba o quão vil
É viver em porão escuro
Agarrada com o frio
Só te peço empatia
Que teus olhos assim vejam
De onde vim não havia alegria
E se te busco com tal ardor
Tenha por mim simpatia