SEUS OLHOS

Que água tão funda

Cheia de ossos

Negra e distante

Dos meus e nossos.

Porque há viveres

Tão divergentes

Que nem sonhamos

Acontecentes.

Que águas tão negras

Entre esses cílios

Fitam paradas

Calando idílios.

Que move os gestos

de sua dona?

Impenetráveis

De linda tona

Ah! Que organismo

Tão semelhante

Mas diferente

E tão distante!

Água parada

Dos igapós

Que é tanto ela

Tão pouco nós!

T@CITO/XANADU

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 31/05/2020
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