Declaração
Eis-me aqui
Neste inefável instante
Em tortura infindável
Desta pobre alma que me é singela
Soa-me como lúgubre
Que aos poucos dilacera
Sem o mínimo de compunção
Este pobre coração
São soturnos os meus dias
Tal qual infame pecador
Que ao corpo tortura
Em penitência de dor
Tento não contorcer-me
Em absoluto pragmatismo
Manter-me em perene
Endogênese o nosso amor
As vísceras me ardem
E minha mente se embriaga
Em total compungimento
Por causar-te o lamento
E ter-te a sombra daquele dia
Em que vi tua alegria
Hoje és tristura
E este amor anuncia
O escatológico momento
Ei-me aqui, estrela guia
Ponho-me em tuas mãos
Tome as rédeas de nossas vidas
Derreta a pedra fria
Ponha luz na escuridão
Ponho-me de joelhos
Lhe declaro amor sincero
E diante de teus olhos
Assumo que apenas teu amor eu quero